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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A FUNÇÃO DO MEDO (Parte I)

 
Os estudos explicam como o medo funciona e ressaltam sua importância histórica para a espécie humana e apresentam os meios para controlá-lo (Parte I)

A imagem acima é a mais conhecida imagem retratada sobre "MEDO", figurada até mesmo em emoticons do WhatsApp e compartilhada como forma de espanto, frente a um estímulo antecedente. O quadro "O Grito" é uma obra do pintor norueguês Edvard Munch, e simboliza o sentimento de angústia do ser humano.
Sabe-se que o homem não é a espécie mais forte sobre a terra, nem a mais ágil, mas podemos nos orgulhar em ser muito medrosos. Se não fosse o medo, jamais chegaríamos até a "era da informação".
A civilização, é um dos frutos do medo que temos da desordem; as cidades nasceram do pavor da natureza; e a ciência é a filha do terror pelo desconhecido.
Damásio, um dos mais importantes neurocientistas do mundo, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, destaca que o medo é um sentimento extremamente necessário. Autor do best-seller "O erro de Descartes", define o medo como uma emoção fabricada pelo cérebro que provoca mudança no corpo todo, deixando-nos mais alertas, fortes, cuidadosos e prontos para lutar ou fugir.
Isso mesmo, sem o medo as reações de fuga ou esquiva não ocorreriam, como descreve a Análise do Comportamento, em seus numerosos estudos. Se o organismo não reage através da fuga ou da esquiva, o ser humano poderia ficar em risco de morte, por serem respostas necessárias para a sobrevivência da espécie. Aqui limita-se a destacar apenas os estudos de Watson no caso do pequeno Albert, abordado nas partes seguintes a essa postagem.
O medo é um instinto natural dos organismos, até a primitiva lesma do mar, quando tocada, se contrai, acelerando seu coração, e libera tinta para confundir os inimigos, como descreve Cesár Ades, estudioso do comportamento animal da Universidade de São Paulo.
Os seres mais complexos possuem a amígdala, que tem como função identificar o perigo, e avisar o corpo de que é hora de ter medo. Todos os mamíferos, aves e répteis possuem amígdala, daí vemos sua importância para a sobrevivência das espécies.
Existe um transtorno chamado de "doença de Urbach Wiethe", por causa dela ocorre uma impossibilidade em ter medo, levar susto e o impedimento de que a pessoa fique apreensiva. Não é possível, neste transtorno, identificar o medo no rosto dos outros, nem desenhar expressões de pavor. São casos raros, mas possíveis e a seleção natural se encarregou de matar a maioria de nossos ancestrais durante a evolução, que apresentavam essa característica e assim  ficavam expostos a diversos perigos naturais e biológicos.
As amígdalas não são tão sofisticadas quanto o córtex, não existe contingências complexas sob elas. E é por isso que os medos não precisam ser racionais. 
Nos assustamos no cinema e no parque de diversões, mesmo sabendo que estamos seguros e não corremos riscos. As amígdalas dão alarme, mesmo com a afirmação do córtex que está tudo bem.
A Análise Experimental do Comportamento, nos ensina que é possível aprender novos medos, mas já nascemos com alguns medos gravados, como o de cobras. Gravados nos nossos genes pela evolução, ao longo dos milênios.
A OMS (Organização Mundial de Saúde), calcula que pelo menos 15% dos seres humanos tem medo acima do esperado, incluídos ai, medos patológicos, fobias como: incapacidade de entrar em avião ou enfrentar uma barata, até mesmo a terrível Síndrome do Pânico. 
Para se ter uma ideia da sensação da Síndome de Pânico, é mais ou menos a mesma do começo da descida de uma montanha russa, só que por 20 minutos seguidos, como afirma Mariangela Savoya, especialista no assunto. 
O estresse pós-traumático é um erro de processamento das amígdalas, que gravam mais informações do que o necessário. 
Nas próximas postagens será tratado sobre: como fazer o medo "jogar a nosso favor" e sobre o "medo patológico", além, claro da Análise do Comportamento e Análise Experimental do Comportamento trabalhando com essa resposta do organismo, que é o MEDO.

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