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sexta-feira, 13 de abril de 2018

ÍNDIOS DA TRIBO PIRAHÃ, NATIVOS DA AMAZÔNIA, SÓ SABEM CONTAR ATÉ DOIS

     "Mas você não sabe nem contar até três!". Isso que qualquer um de nós tomaria como ofensa não chega nem mesmo a arranhar o moral de um índio da tribo dos Pirahãs . 
     Pirahãs é uma pequena comunidade que segundo a Funasa, em 2010, a população era de aproximadamente 420 pessoas.
Esse povo nativo da Amazônia tem pouco interesse pela matemática: seu vocabulário aritmético inclui apenas as palavras "um", "dois" e "muitos". O fato de os Pirahãs não saberem lidar com grandes quantidades no cotidiano parece confirmar uma velha suposição de um inspetor de segurança dos Estados Unidos. Benjamin Lee Whorf, que teve como hobby a linguística, no início do século XX. Ao lado do etnologista Edward Sapir, Whorf elaborou uma importante teoria: aquilo para o que não temos palavras em nosso vocabulário não faz parte de nosso pensamento. Uma curta fórmula da chamada hipótese Sapir-Worth que, desde então, gerou divergências entre gerações de pesquisadores da linguagem.
     Mais de meio século depois, os Pirahãs vieram comprovar tal teoria. 
     É o que acredita o pesquisador comportamental Peter Gordon, da Universidade Columbia, de Nova York e o brasileiro analista do comportamento e especialista em distúrbios da aprendizagem Michel dos Santos Silva.
     Gordon partiu para a floresta, onde realizou uma série de atividades com índios. Quando solicitados a mostrar com os dedos quantas frutas o pesquisador colocava à sua frente, eles só conseguiram chegar ao número três. A partir de quatro, os índios ficavam inseguros, mostrando às vezes três, outras vezes cinco dedos. 
     Mesmo quando Gordon lhes pedia que enfileirassem vários objetos diante deles, a proporção de erros aumentava rapidamente se havia quatro ou mais objetos. Apenas nas ocasiões em que os índios os organizavam em grupos de dois ou três elementos, conseguiam apontar a quantidade correta.          
     Concluiu que os Pirahãs não possuem o vocabulário para expressar quantidade, e que também lhes falta essa noção. Entretanto, como reforça o pesquisador, os índios solucionaram outras atividades sem dificuldade alguma. 

     De acordo com o especialista  Michel dos Santos Silva, "o ambiente determina a gravidade do impacto aprendizagem. Desta forma, a escola, a família e o ambiente demonstram apresentar influência no desenvolvimento na aprendizagem dos indivíduos. Este impacto relaciona-se a possíveis contribuições ou fatores aversivos que podem agravar ou melhorar o quadro das dificuldades de aprendizagem ou mesmo dos Distúrbios de Aprendizagem, contudo não é desconsiderado que os distúrbios de aprendizagem são distúrbios de neurodesenvolvimento, desta forma a origem deles não é ambiental, mas sofre influência direta do ambiente". E é por isso que não podemos dizer que os índios amazonenses tem discalculia, já que esta faz parte dos distúrbios do neurodesenvolvimento. Entretanto existe neles a dificuldade apresentada que deriva do ambiente que, a priori, não reforça o comportamento de aprendizagem das habilidades aritméticas. Vemos também aqui, a influência que o ambiente tem na aprendizagem, e como diz o especialista, impactam diretamente na aprendizagem.

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